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Sananga

 

“Os olhos são as janelas onde tudo o que vemos e projetamos. Tudo está lá guardado, inclusive nossa história. O espírito do sananga faz a cura expulsando todos os males da alma e da matéria.” Essa é a explicação do objetivo da sananga relatada por Tuin Huã Kaxinawá, pajé da aldeia do Caucho do alto do rio Murú,
O espírito da sananga ou shanovo (espírito da floresta) tem como processo medicinal o refinamento da visão espiritual. Assim, a sananga possibilita enxergarmos a verdade que se encontra a nossa volta sem a nossa cegueira pessoal e limitante, permitindo visualizar e deslumbrar a beleza que existe à nossa volta.
É possível uma relação indireta e de auxílio da sananga em algumas doenças psicossomáticas, já que os olhos são nossas janelas para a percepção deste mundo. Enxergar o nosso inimigo com os olhos colabora em nossa luta diária. Assim, esta medicina natural auxilia na percepção do que ocorre em nossa volta, trazendo harmonia e consequente realização espiritual, emocional e física.
A tradição do uso da sananga pelos índios kaxinawás é de pingar uma ou duas gotas em cada olho antes de irem para a caça. Eles acreditam que a substância aguça a percepção facilitando os movimentos sutis da densa floresta, conseguindo assim, distinguir a sua caça. Além de ressaltar texturas visuais, profundidade, cores o que, dizem os índios, auxilia o instinto caçador em sua busca visual da presa dentro da floresta.
O colírio da sananga é obtido por meio da extração de um sumo de planta brejeira em forma de arbusto, chamada Tabernaemontana Sananho. Para preparar o colírio são batidas as raízes do arbusto com água limpa e potável, que resultam na extração do princípio ativo da planta.

 

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